sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O testamento de um missionário.




"O ministério que eu recebi: dar testemunho do Evangelho da graça de Deus" (Atos 20, 24).

Ao terminar esta série de artigos sobre o livro dos Atos dos Apóstolos e a missão, é bom podermos recolher o testamento do missionário Paulo de Tarso (Atos 20, 17 a 35).

O Apóstolo sabe que está se aproximando o fim da sua missão: "de cidade em cidade o Espírito Santo me adverte dizendo que me aguardam cadeias e tribulações" (Atos 20, 23). Então diante dos anciãos (líderes) da comunidade de Éfeso, reunidos ao seu redor na cidade de Mileto, Paulo faz uma avaliação do seu trabalho missionário. Desde que ele chegou na Província da Ásia ele teve um excelente relacionamento com todos. "Eu servi ao Senhor com toda humildade, com lágrimas e no meio das provações" (Atos 20, 19) O seu ministério sempre ele o considerou como um serviço que ele rendia em primeiro lugar ao Senhor. Por causa do anúncio do Evangelho derramou lágrimas, exortando e animando os novos discípulos: "Durante três anos, dia e noite, não cessei de exortar com lágrimas a cada um de vocês (Atos 20, 31). Evangelizar é um verdadeiro parto, é fazer nascer novos membros para a comunidade-Igreja. O missionário sofre as dores do parto, mas também se alegra quando nasce um novo discípulo, quando surge uma nova comunidade, pois ele sabe e descobre que " há mais felicidade em dar que em receber" (Atos 20, 35).

A relação com os cristãos de Éfeso e com os seus líderes, foi extremamente fraterna: "Nada do que poderia ser útil a vocês deixei de ensinar, que seja em público ou nas casas" (Atos 20, 21). O missionário visita as pessoas de casa em casa, ele se faz próximo dos que ele vem evangelizar. Não podemos esquecer que este lugar da casa foi nas primeiras comunidades o lugar por excelência da reunião, da celebração, da catequese, da convivência dos cristãos (Atos 2, 42-47). Paulo tem consciência que ele desempenhou o seu serviço do evangelho sem segundas intenções de querer se enriquecer ou se promover: "não cobicei prata, ouro, ou vestes de ninguém". Ele recebeu de graça, de graça deu. Ele se comportou assim como Pedro recomendava aos líderes das igrejas: "Apascentai o rebanho de Deus que lhes foi confiado não por torpe ganância" (1a de Pedro 5, 2). Ao contrário Paulo se sustentou e sustentou os seus colaboradores com o trabalho de suas mãos. Ele pode se oferecer como exemplo: "Lhes mostrei que é afadigando-nos assim que devemos ajudar os fracos" (Atos 20, 35).

Depois de sua partida, os líderes deverão continuar a cuidar do rebanho com a mesma postura que viram no Apóstolo. Eles terão, sobretudo, que vigiar. Como bons pastores deverão defender o rebanho do perigo dos lobos. Tem lobos exteriores a comunidade, mas tem os que fazem parte da comunidade. O lobo destrói, massacra as ovelhas. Ao reler as cartas de João, de Tiago, do próprio Paulo, a gente percebe todas as dificuldades que os cristãos deviam enfrentar para permanecer fiéis a sua fé em Cristo Jesus e a sua Palavra.

Por isso o Apóstolo recomenda os discípulos à Deus e à sua Palavra. É lá que encontrarão a força e a sabedoria necessária para conduzir o rebanho pelos caminhos da vida. Paulo terminou o seu combate, ele combateu bem e tem certeza que vai receber a coroa imperecível que Deus em justo juiz lhe entregará (2a a Timóteo 4, 6-8).

Temos em Paulo de Tarso um exemplo de missionário fielmente dedicado à sua missão. Possamos, como ele deseja, sermos os seus imitadores: "sejam os meus imitadores , como eu mesmo o sou de Cristo" (1a aos Coríntios 11, 1). Se conseguirmos isso, então vão não terá sido este pequeno estudo do Livro dos Atos dos Apóstolos.

Pe. Francisco Rubeaux OMI







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