segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

ADVENTO: JOÃO BATISTA

A outra pessoa que marca este tempo de Advento é João Batista, o maior entre todos os Profetas, até é mais do que um Profeta dirá Jesus e o maior entre os nascidos de mulher (Mateus 11, 11).
Ele é profeta pois vem com o espírito de Elias (Lucas 1, 16-17 e Malaquias 3, 23-24). Como Elias ele é um defensor terrível da fé em Deus e da vivência do projeto de vida, compromisso da Aliança. Como Elias ele vive no deserto, veste roupa de pelo de camelo e um cinturão de couro ao redor dos rins (Mateus 3, 4 e 2o livro dos Reis 1, 18). Ele é bem o Elias que há de voltar para anunciar a vinda do Messias segundo a tradição dos escribas, ensinada nas Sinagogas. "Porque razão os escribas dizem que é preciso que Elias venha primeiro?... Elias já veio, mas não o reconheceram" (Mateus 17, 10-13).
Se ele tem o espírito de Elias, é a missão anunciada pelo profeta Isaías que ele vem realizar: prepara os caminhos para a vinda do Senhor (Marcos 1, 2-3). Como os seus contemporâneos, ele espera também a vinda do Messias. Por isso ele prepara os corações, pregando um batismo de arrependimento, de conversão (Lucas 3, 3-4).
A conversão significa uma mudança de vida, de atitudes, de comportamentos, de relacionamentos com os demais. Mas ela deve produzir frutos: cada um, na sua condição social, tem como se converter: "Quem tiver duas túnicas reparta-as com quem não tem. Quem tiver o que comer faça o mesmo" (Lucas 3, 11). Conversão também no exercício de sua função: não extorquir, não abusar de sua autoridade para explorar, não roubar, hoje diríamos não se corromper, não se deixar subornar. Não é nenhuma novidade, mas é reencontrar o caminho do Projeto de vida que Deus quer para todos, é voltar a viver segundo a Aliança.
Ele espera também a vinda do enviado de Deus, preparando os seus caminhos, preparando os corações para acolher “Aquele que vem em nome do Senhor”. Além de anunciar a chegada próxima do Messias, ele teve a alegria de designá-lo: “Eu não o conhecia... mas agora eu vi e dou testemunho que é ele: eis o Cordeiro de Deus (João 1, 31. 34. 36). Por isso muitas vezes São João Batista é representado com um cordeiro deitado aos seus pés e estendendo o braço o seu dedo aponto para um lugar. este lugar é a pessoa de Jesus que ele reconhece como o enviado de Deus. Sua alegria se compara à alegria do amigo do esposo: “Quem tem a esposa é o esposo, mas o amigo do esposo que está presente e o ouve, é tomado de alegria à voz do esposo. Essa é a minha alegria, e ela é completa” (João 3, 29). Como amigo do esposo ele veio para apresentar a noiva ao noivo: a humanidade ao seu Senhor. ele quis preparar esta noiva-humanidade a deixando como dirá Paulo: "sem rugas nem mancha...", "toda ornamentada para o seu esposo".
Como ele pregava, ele esperava um Messias portador do fogo da purificação, pronto para derrubar o que não prestava: "A ira de Deus vem... o machado está posto à raiz das árvores... a palha vai ser queimada no fogo inextinguível!" (Mateus 3, 7.10.12). Por isso ele parece decepcionado quando da sua prisão ele manda discípulos para perguntar a Jesus: "É aquele que há de vir ou devemos esperar outro?" (Mateus 11, 3). Jesus responde pelas Escrituras citando o Profeta Isaías e lembrando assim quais seriam as obras do Messias. São estas que todos podem ver. Como Pedro, Tiago ou João, João Batista tinha também uma ideia de como seria o Messias. Mas Jesus veio de outra maneira, com misericórdia e compaixão. É o momento de nos perguntarmos: e nós que Messias esperamos ou como esperamos a sua ação hoje?
Fiel a sua missão de converter os corações, João Batista denunciava também a conduta errada de Herodes. Sabemos que por cauda disto ele foi encarcerado e que sua vida terminou sacrificado por um capricho de adolescente instigada por sua mãe ao responder a uma oferta de um rei irresponsável e bárbaro (Marcos 6, 17-29). Ele foi vítima deste mundo do qual denunciava os pecados, os comportamentos imorais e as condutas desenfreadas.
Quantos até hoje não morrem assassinados por defender o direito dos pequenos e indefesos, quantos não morrem por lutar por uma sociedade justa e fraterna. Ainda hoje é preciso preparar os caminhos do Senhor: abaixar os montes elevados (orgulho, ambição...), preencher os vales afundados (omissões, vazios...) endireitar os caminhos tortuosos (egoísmo. ganância, ódio...). João Batista continua hoje a ser a voz profética da vinda do Senhor, através de nossas vozes.

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