domingo, 19 de fevereiro de 2012

Saúde Pública.

"Que a saúde de difunda sobre a terra"
A Campanha da Fraternidade está voltando junto com o tempo da Quaresma. Sabemos que este tempo é tempo de conversão a partir da reflexão e da meditação da Palavra de Deus. Conversão de vida, mudança de atitudes, que partem da mudança de visão e de pensamento (metanoia). A Palavra de Deus vem iluminar o nosso pensar, o nosso sentir e nos provoca à mudanças de comportamento. Mas isso será possível somente se soubermos olhar a realidade, escutar os clamores dos sofredores.
Este ano a Campanha da Fraternidade nos convida a olhar a situação da saúde no nosso país e a escutar os gritos dos que sofrem por não ter atendimento adequado para as suas doenças. È da competência do Governo, tanto federal como estadual ou municipal, oferecer condições dignas para que todos tenham saúde ou, pelo menos, sejam atendidos nas suas dores: é a saúde pública.
Em todos os tempos a saúde pública foi defeituosa. Não é por acaso que foram fundadas tantas Congregações religiosas cujo objetivo era atender os doentes. E até hoje as Paróquias mantêm uma Pastoral da saúde com o intuito de cuidar e acompanhar de mais perto as pessoas de saúde deficiente, ajudá-las nos emaranhados administrativos. A Igreja sempre exerceu neste campo da saúde um trabalho de suplência muito valioso.
Não adiante nada descrever aqui a situação da saúde pública hoje nos nossos municípios ou localidades por menores que sejam. Quem de nós não conhece as filas do SUS, quem não já as enfrentou alta hora da madrugada. Todos nós encontramos destes postos de saúde com aparelhos quebrados ou sem os recursos básicos para os primeiros socorros.
Mas o primeiro passo para a saúde é, sem dúvida, prevenir. E isso depende em parte, de cada um de nós. Sabiamente o livro do Eclesiástico alerta: "Filho, vê o que é nocivo e não to concedas... muitos morreram por intemperança, mas aquele que se cuida prolonga a sua vida" (Eclesiástico 37, 27-31). Temos que saber nos cuidar, nos controlar. Cada um se conhece e sabe o que lhe faz bem e o que lhe faz mal. Mas como prevenir quando não se tem saneamento básico descente, quando não se tem alimentação equilibrada e suficiente a cada dia, quando a habitação é precária... Saúde envolve outros setores da vida. Aqui também a administração pública tem sua responsabilidade. À nós de saber eleger os nossos representantes e sobretudo cobrar deles no exercício do seu mandato.
Todos nós temos que nos unir para exigir os direitos à saúde, mas também para encontrar meios que permitem que a saúde se difunda por toda a terra. Ao cuidar da saúde continuamos anunciando o Reino que Jesus veio inaugurar. Ele sempre esteve preocupado com os doentes, aliviando suas dores e restaurando as vidas atingidas pela doença. Não é o caso aqui citar todos os textos do Evangelho que nos descrevem esta atenção particular de Jesus com os doentes. Pelos seus gestos como pelas suas palavras de ânimo com os doentes, Jesus anunciava o mundo novo, o Reino de Deus. O mundo novo é o mundo da vida e da vida plena, Neste mundo "não haverá mais morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais. Na nova cidade no meio da praça, de um lado e do outro do rio, há árvores da vida que frutificam doze vezes, dando fruto a cada mês; e suas folhas servem para curar as nações" (Apocalipse 21, 4 e 22, 2).
Ao lutar por uma saúde pública eficiente estamos construindo o Reino de Deus, estamos desempenhando a nossa missão de batizados. Então, nesta Quaresma, vamos juntar os nossos esforços para alcançar uma melhor organização da saúde, vamos aprender a permanecer vigilantes nas políticas de saúde, pois é uma luta constante até que " a saúde se difunda por toda a terra"

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