sábado, 7 de maio de 2011

O Caminho de EMAUS

OS DISCÍPULOS DE EMAUS.
(Evangelho segundo Lucas 24, 13 a 35).


1. Caminhar sem reconhecer Jesus junto de nós. (Lucas 24, 13-17).

“Eis que dois dos discípulos de Jesus viajavam neste mesmo dia da Ressurreição, para uma aldeia chamada Emaús, a uns 12 quilômetros de Jerusalém; eles conversavam sobre todos os acontecimentos ocorridos nos dias passados. Ora enquanto conversavam e discutiam entre si, o próprio Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles; seus olhos porém, estavam impedidos de reconhecê-lo. Ele lhes disse:” Que palavras são essas que trocais enquanto ides caminhando?” E eles pararam, com o rosto sombrio.”

Os dois discípulos estão deixando Jerusalém, estão deixando os outros discípulos, pois todos se dispersaram. Não tem mais comunidade. Tudo está destruído. Os dois estão voltando para a casa, tristes sem esperança nenhuma. É dia, mas no coração é noite: noite da tristeza e da derrota. São incapazes de reconhecer Jesus no companheiro de caminhada. Mas Jesus está sempre por perto, Ele caminha conosco, Ele se interessa por cada um de nós.

E nós, hoje, acontece de nós estarmos tristes e perder a esperança por causa de acontecimentos que perturbam a nossa vida? Nós também fugimos de todos, não queremos mais saber de nada nem de ninguém?

2. Porque tanta tristeza? (Lucas 24, 18-24).

“Tu és o único forasteiro em Jerusalém a ignorar o que aconteceu com Jesus de Nazaré, que foi um grande Profeta poderoso em obra e palavra, diante de Deus e diante de todo o povo; nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem iria redimir Israel; mas , com tudo isso, faz três dias que todas essas coisas aconteceram!”

Os dois guardaram de Jesus unicamente a lembrança da cruz. Os poderosos conseguiram apagar nos corações deles a esperança que tinham de uma mudança, da chegada de um Messias, enviado por Deus. Mas os poderosos crucificaram esse sonho. “Nós esperávamos...” Porém, agora não tem mais nenhuma chance, pois já completou três dias que tudo isso aconteceu.

Nós já tivemos decepção na vida? Pensávamos que ia acontecer uma coisa boa para a gente e tudo deu errado. Em relação a Deus, quantas vezes também, a gente esperou e nada veio....Parece que Deus nos abandonou, Ele nos fez esperar e nada aconteceu.




3. Pelo caminho, Jesus explica as Escrituras. (Lucas 24, 25-27).

“Jesus então lhes disse:” Ó insensatos e lentos de coração para crer tudo o que os profetas anunciaram! Não era preciso que o Cristo sofresse tudo isso e entrasse em sua glória”? E começando por Moisés e por todos os Profetas, interpretou-lhes em todas as Escrituras o que a ele dizia respeito.”

Todas as Escrituras: Moisés é o Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Eles conhecem as Escrituras mas elas não passaram na vida deles. Eles sabem de cor, eles ouvem sempre as leituras na Sinagoga, mas isso não diz nada para a vida deles. A Palavra de Deus não ilumina os acontecimentos que eles vivem. Os Profetas também anunciaram os sofrimentos do Messias. O Profeta Isaías falou de um Servo Sofredor, cordeiro levado ao matadouro... O Salmo 22 é a oração do justo torturado e humilhado “ eles tiraram as suas vestes e as sortearam....lhe deram vinagre para beber...traspassaram suas mãos e seus pés...”

E nós, hoje, como a Palavra de Deus nos ajuda a caminhar? Tudo que sabemos e ouvimos da Bíblia nos ajuda na nossa vida do dia a dia, ou esquecemos tudo, na hora do aperto? Cantamos que a Palavra de Deus é luz para os nossos passos, é verdade na nossa vida do dia a dia?

4. Na casa, sentado à mesa, Jesus reparte o pão. (Lucas 24, 24-30).

“Eles disseram ao companheiro de viagem: permanece conosco, pois cai a tarde e o dia já declina.” Jesus entrou então para ficar com eles. E uma vez à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o , depois partiu-o e distribuiu-o a eles. Então seus olhos se abriram e o reconheceram; Ele porém ficou invisível diante deles. E disseram um ao outro: “Não ardia o nosso coração quando Ele nos falava pelo caminho, quando nos explicava as Escrituras?”

Os dois discípulos conviveram com Jesus, conheciam esse gesto característico dele: partir o pão. Era o gesto que ele mesmo tinha deixado como sinal de sua presença: “Fazei isto em memória de mim...” Eles lembraram também o dia da multiplicação dos pães. Partir o pão é o gesto que refresca a memória dos discípulos de Jesus. Ele está presente entre eles, cada vez que eles se reúnem para repartir o pão. Eles também lembram quanto foi bom ouvir a explicação das Escrituras pelo caminho. São as duas coisas que faltavam para eles reencontrar a esperança e o ânimo: reler as Escrituras para iluminar a caminhada, e partir o pão que sustenta a caminhada e garante a presença do Mestre entre nós.

E nós, hoje, quando desanimamos onde procuramos forças? As Escrituras alimentam nossa fé e nossa esperança? Procuramos encontrar o Senhor Jesus na oração ou na Eucaristia? O que nos dá força para continuar a nossa caminhada quando estamos desanimados e tristes?





5. Nas Escrituras explicadas e na partilha do pão: a missão.

“Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém. Acharam aí reunidos os Onze e seus companheiros que disseram: “ É verdade! O Senhor ressurgiu e apareceu a Simão!” E eles narraram os acontecimentos do caminho e como o haviam reconhecido na fração do pão.” (Lucas 24, 33-35).

Jesus devolveu a esperança e a coragem aos dois discípulos desanimados. Agora, cheios de força, eles voltam para junto dos outros, eles não tem medo de enfrentar a realidade que deixaram em Jerusalém, o lugar da crucificação. É noite, mas eles estão voltando alegres, felizes, pois sabem que o Cristo ressuscitou: os seus corações estão cheios de luz. Eles se sentiram na obrigação de levar logo a boa nova aos demais discípulos, não deixaram para o outro dia.

E nós, hoje, qual é a Boa Nova que temos para anunciar aos irmãos e irmãs mais desanimados do que nós? Como estamos passando para eles a luz e a força da Ressurreição de Jesus?